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24 de agosto de 2024

After Picking up the Fallen Female Zerg General - Capítulo 8

 

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A água no banheiro parou.

Ye Er, sentado no sofá, estava perdido em pensamentos quando ouviu o som e chamou o robô 015, que estava diligentemente limpando a casa: "Traga-o para fora."

Ter as pernas quebradas era uma situação terrível. Sem a ajuda de 015, o Zerg fêmea não poderia se lavar ou usar o banheiro sozinho, e talvez ficasse preso no sofá por muito tempo.

Ye Er franziu a testa instintivamente, mas também sabia que, depois de ficar tanto tempo no frio, era quase um milagre que seus membros não tivessem necrosado. Não havia outra opção senão uma recuperação lenta.

Clack.

A porta do banheiro se abriu.

O pequeno robô, que não tinha mais de meio metro de altura, carregava o Zerg fêmea, várias vezes maior que ele, em seus braços mecânicos. As longas garras metálicas envolviam seus ombros e pernas, em um abraço nupcial perfeito.

O Zerg parecia desconfortável com a posição, seu corpo rígido e desajeitado.

Parecia um anão carregando a Branca de Neve.

Ye Er riu baixinho, notando o constrangimento crescente do Zerg fêmea, e limpou a garganta para disfarçar a risada.

"Coloque-o aqui." Ele bateu na coberta recém-colocada no chão e se levantou para criar espaço suficiente.

O Zerg foi colocado deitado na coberta limpa. Ele não estava mais sangrando nem machucado, parecendo em melhores condições.

Com os olhos fechados, ele parecia estar esperando algo, sem lutar ou resistir como antes, quase como se tivesse decidido se tornar uma pedra inerte.

Mas claramente, ele não era.

A respiração do Zerg estava um pouco ofegante, suas pálpebras cerradas tremiam levemente, como se estivesse inquieto.

As linhas suaves e musculosas de seu corpo subiam e desciam suavemente. A luz dourada da lâmpada refletia em sua pele, como uma camada de caramelo cobrindo uma maçã-do-amor, mas certamente mais resistente.

Ye Er sentiu uma estranha coceira nos dentes e involuntariamente os rangeu. Quando percebeu o que estava pensando, ficou chocado consigo mesmo.

Olhou para o relógio e, como esperado, já passava das oito da noite.

Ye Er não se considerava um pervertido, mas acabara de ter pensamentos incomuns sobre o corpo do Zerg fêmea. Considerando que sua mente associava esses pensamentos a comida, ele concluiu que provavelmente estava morrendo de fome.

O Zerg parecia relutante em se comunicar, e Ye Er não queria forçar uma conversa. Garantir que o Zerg estivesse confortável já era suficiente.

As novas roupas, encomendadas à tarde, só chegariam no dia seguinte.

Ye Er pegou o cobertor mais grosso que conseguiu encontrar no fundo do armário e o cobriu cuidadosamente do Zerg, de cima a baixo. "Descanse bem. Dormir ajuda na cicatrização."

O corpo sob o cobertor se moveu um pouco e, de repente, o cobertor foi jogado para o lado. Xi Ze meio que se levantou, seu queixo tenso, a expressão no rosto uma mistura de desconfiança e confusão.

Ele olhou na direção de Ye Er, seus olhos profundos e sombrios parecendo capazes de perfurar qualquer engano ou falsidade.

"O que você quer?" Ele perguntou lentamente, sua voz rouca pela dificuldade em falar.

Desde o início, Ye Er estava imerso em pensamentos sobre o jantar e, sem pensar, respondeu: "Quero comer ovos mexidos com tomate."

“……”

A confusão do Zerg fêmea era silenciosa, mas imensa. Ye Er finalmente voltou à realidade, tossindo levemente de forma constrangedora.

015, o pequeno robô, não deixou de perceber e prontamente respondeu: "Certo, vou preparar agora!"

Com essa interrupção, o Zerg fêmea parecia menos tenso. Após um breve silêncio, ele perguntou novamente: "Quem é você?"

Qual era sua identidade, quem o enviou e qual era seu objetivo?

Seria ele um servo da nobreza, um agente militar, ou talvez...? Em meros segundos, Xi Ze considerou todas as opções possíveis, mas logo se sentiu exausto. Afinal, mesmo sabendo a verdade, o que isso mudaria?

Com várias perguntas sendo lançadas de uma vez, Ye Er ficou atordoado por um instante, mas logo respondeu cuidadosamente: "Na verdade... sou apenas alguém que estava passando por aqui."

Ele contou ao Zerg fêmea sobre o anúncio que encontrou na porta, a transmissão ao vivo da escravidão dos Zergs, e como acabou passando por aquele beco, seguido pela ida ao hospital e, finalmente, ao lar onde estavam agora.

Ye Er falava sem um objetivo claro, apenas relembrando os acontecimentos. No meio do discurso, lembrou-se de uma citação de Hesse que parecia muito apropriada e estranhamente verdadeira:

[Porque todos os desvios me levaram até você.]

"Enfim, é isso. Eu sou apenas um transeunte."

Ye Er explicou, pensando em sua própria motivação: "Talvez tenha sido um impulso momentâneo que me fez trazê-lo para casa."

Ele achava que Xi Ze não acreditaria, dado o comportamento cauteloso e vigilante do Zerg, parecido com o de um lobo.

Para sua surpresa, o Zerg fêmea não fez mais perguntas. Os dedos que estavam sobre o cobertor apertaram e depois relaxaram.

Aquela aguda tensão que tinha se formado em sua testa gradualmente desapareceu, voltando a ser uma expressão de sofrimento silencioso.

— Como se ele não estivesse tentando cavar a verdade, mas apenas precisasse de uma explicação razoável para aceitar a situação desconhecida em que se encontrava, e então pudesse continuar a viver, de olhos fechados.

"Sou muito grato por sua ajuda naquele momento. Eu pagarei o dobro das despesas médicas e farei o que estiver ao meu alcance para atender qualquer pedido que você tenha."

Xi Ze respondeu em voz rouca, sua expressão era a habitual seriedade de um soldado, com um toque de constrangimento nos olhos. "Realmente, muito obrigado."

"Não se preocupe com isso. Concentre-se em se recuperar e discutiremos o resto mais tarde."

Ye Er sorriu levemente, oferecendo palavras de conforto.

Ele não ficou surpreso com a reação de Xi Ze. Esse era o motivo pelo qual ele havia exibido aquela expressão de humilhação durante a transmissão ao vivo. Se ele não mantivesse essas características, talvez sua vida tivesse sido menos sofrida.

Houve um breve momento de silêncio.

“……”

Ye Er podia perceber a incerteza e a dúvida que Xi Ze escondia.

Talvez o Zerg fêmea não quisesse parar de fazer perguntas tão cedo, mas por estar em uma situação completamente desconhecida, qualquer mentira poderia ser dita facilmente.

Ou talvez, naquela casa onde não havia malícia ou algo que pudesse ativar seus instintos de defesa, sua vigilância e resistência fossem suavizadas, envoltas na tranquilidade que ali reinava.

De qualquer forma, esse era um bom começo.

Era preciso tempo.

Ye E se lembrou de novo.

Então, decidiu ir até a cozinha para verificar o andamento das coisas, antes que 015 ficasse sem bateria e causasse um incêndio.

*

Pontualmente às nove, Ye Er finalmente sentou-se para a sua atrasada refeição.

Durante a preparação, 015 provavelmente teve outro de seus problemas intermitentes, resultando em uma enorme quantidade de ovos mexidos com tomate.

Na verdade, os tomates eram comuns, mas os ovos eram de alguma criatura estelar, enormes como ovos de avestruz. Depois de cozidos, tinham uma aparência fresca e um aroma delicioso.

Ye Er frequentemente se sentia grato pelo fato de que arroz e trigo ainda eram cultivados naquele mundo, em vez de terem sido substituídos por líquidos nutritivos de textura pegajosa. Caso contrário, sua adaptação teria sido ainda mais difícil.

Quando o cheiro delicioso se espalhou, ele claramente ouviu um som de estômago roncando. Virando-se, viu que Xi Ze também estava olhando em sua direção, com os lábios cerrados, sem dizer uma palavra.

O Zerg fêmea provavelmente não comia há muito tempo. No hospital, ele havia recebido injeções de nutrientes, mas desde que saiu de lá, dois dias se passaram sem que ele ingerisse um único grão de alimento.

Ye Er separou metade dos ovos mexidos com tomate e os misturou com arroz, criando uma tigela de risoto espesso e suculento. Em seguida, entregou a tigela a 015.

"Por favor, alimente-o."

Perder a visão e ter as pernas quebradas era problemático, especialmente na hora de comer, quando era fácil errar a boca com os talheres. Ele precisaria de ajuda para se alimentar ou de treinamento específico.

Cuidar de Xi Ze era como consertar uma máquina velha e quebrada. Ligá-la era apenas o primeiro passo; a verdadeira dificuldade estava na longa série de reparos e manutenções que se seguiriam.

Ye Er suspirou, pegando sua tigela e sentando-se em um canto do sofá que não estava manchado de sangue.

“……”

A comda quente desceu por sua garganta, preenchendo um estômago que estava vazio há mais de uma semana. A sensação de satisfação foi quase avassaladora.

Ele quase havia esquecido quanto tempo fazia desde a última vez que comeu uma refeição decente.

Xi Ze olhava para ele com uma expressão reprimida e ansiosa. Seu pomo de adão subiu e desceu enquanto ele se inclinava involuntariamente para frente, quase se aproximando de 015.

O pequeno robô foi forçado a acelerar o ritmo, com seus braços mecânicos quase soltando faíscas.

"Vá mais devagar." Ye Er disse, segurando a colher apressada com seus próprios hashis. "Cuidado para não engasgar."

Xi Ze olhou para ele com os lábios comprimidos. Embora seus olhos estivessem turvos e sem foco, havia uma ligeira acusação em seu olhar.

Era como se Ye Er fosse alguém cruel que tivesse interrompido a alimentação no meio, como se ele gostasse de ver um cachorrinho ansioso choramingar e puxar a barra de sua calça.

Mas Xi Ze não era um cachorrinho. Quando foi privado de sua comida, apenas baixou os olhos em silêncio, reprimindo com dificuldade o desejo de engolir.

"Vá recarregar."

Xi Ze ouviu a voz clara dizer, e o pequeno robô rapidamente deslizou para longe. Ele ainda estava faminto, a decepção quase impossível de controlar.

Mas no instante seguinte, uma colher quente encostou em seus lábios—

"Coma, mastigue antes de engolir, ou seu estômago vai doer."

"…Obrigado."

Ye Er serviu outra colherada de arroz, olhando para o Zerg fêmea envolto em um cobertor macio.

O cabelo branco suave e ligeiramente ondulado caía sobre seu rosto, que parecia um pouco mais suave em repouso. Depois de engolir a comida, Xi Ze levantava os olhos para ele, sua expressão mais vívida e animada.

Foi naquele momento que ele finalmente teve uma sensação de realidade: o Zerg fêmea estava realmente em sua casa e não era apenas um sonho melancólico.

Pela primeira vez, a casa, que sempre foi uma ilha isolada, tinha outro ser vivo além de 015. Havia alguém respirando ali, com um corpo quente, enchendo a outra metade da casa.

E isso não era nada ruim.

Ye Er sorriu suavemente, seus olhos curvados com um toque de felicidade nos lábios.

O sofá já não era mais uma opção para dormir, então ele teve que improvisar uma cama no chão. Felizmente, o sistema de aquecimento central continuava a funcionar sem parar, o que significava que ele não passaria frio.

Ye Er colocou duas doses de sonífero na panela de leite fervente. As pílulas derreteram junto com as bolhas de leite, e ele decidiu adicionar uma colher de açúcar.

A sala estava iluminada apenas por uma lâmpada suave. Xi Ze estava completamente envolto em um cobertor, mas não conseguia dormir. Quando Ye Er se aproximou, ele abriu os olhos.

O copo de vidro foi colocado gentilmente na mesa de centro, e o aroma doce do leite quente se misturou com o vapor, dissipando o frio penetrante e enchendo o ar com o calor reconfortante.

Ye Er deu um tapinha no Zerg fêmea através do cobertor.

“A colapsologia mental pode causar dores de cabeça intensas. Vou fazer uma terapia psíquica em você antes de dormir…”

Terapia psíquica.

Antes que ele pudesse terminar de falar, o corpo sob sua mão ficou imediatamente rígido. Xi Ze levantou a cabeça abruptamente, olhando para Ye Er—

"Um macho…"

Ele murmurou, incrédulo, repetindo: "Você é… um macho?"

"Sou, você…" Não sabia?

Ye Er ficou confuso por um momento, e então percebeu que nunca havia mencionado seu gênero. Mas, afinal, por que ele precisaria enfatizar isso?

No entanto, ao olhar para o Zerg fêmea, ele percebeu que isso não era algo que poderia ser ignorado.

A raiva e o medo reprimidos, antes escondidos por trás de uma máscara de indiferença, agora transpareciam nos olhos dourados de Xi Ze, como trepadeiras que se enrolavam ao redor de suas íris.

Ele parecia ter sido apunhalado, todo o sangue desaparecendo de seu rosto.

Ye Er reconheceu aquele olhar, uma expressão que ele havia visto antes em um anúncio e durante a transmissão ao vivo—

Era o olhar de alguém encarando seu agressor.

Ye Er sentiu uma dor aguda, lembrando-se subitamente do colar de escravo que só reconhecia a identidade de um macho.

Lembrou-se de que Xi Ze havia sido marcado como sua propriedade enquanto estava inconsciente, tornando-se irrevogavelmente seu.

Ele também se lembrou do sorriso de desculpas de Hughes, que, na superfície, parecia ser para Ye Er, mas no fundo, estava cheio de desdém para com o Zerg fêmea gravemente ferido na cama.

E, como previsto, Xi Ze mudou de expressão de repente, levando a mão ao colar negro em seu pescoço.

Ele rapidamente encontrou a resposta, sua mandíbula se tensionou enquanto ele lutava para conter a raiva. "…Eu sou seu escravo agora?"

"Desculpe, foi um acidente," Ye Er murmurou, quase sem saber o que dizer. "Naquela hora, eu…"

Ele se sentia quase impotente, antecipando que a situação sairia do controle.

Era como se ele estivesse diante de um vulcão prestes a entrar em erupção, e ele não tinha certeza se poderia suportar o fluxo de lava escaldante.

"Acidente?"

Xi Ze riu com desdém, seu rosto severo, como o de um oficial militar repreendendo um recruta que cometeu um erro grave, cheio de raiva contida. "Você sabe…"

Ele engoliu as palavras que viriam a seguir.

Após um momento de respiração pesada e silenciosa, ele recolheu todas as emoções expostas de volta para dentro de si, como se estivesse se queimando por dentro, mas transformando-se em cinzas sem fazer barulho.

Ele pensava que já estava destroçado, que não tinha mais nada a perder.

Mas a verdade era que ele ainda tinha algum valor restante, e talvez fosse por isso que o macho o havia levado para casa.

Um nó formou-se em sua garganta, tornando o colar ao redor do pescoço insuportavelmente apertado. Xi Ze sentiu uma dor sufocante.

Aquele arroz doce agora parecia veneno, revolvendo em seu estômago apertado, quase o fazendo vomitar.

Mas ele ainda estava vivo. E… ainda queria continuar vivendo.

De repente, ele começou a rir, mas soava como se estivesse chorando.

“Vossa excelência… vai me usar?”

Aquela noite tranquila, cheia de sonhos de esperança, havia se despedaçado tão rapidamente quanto uma bolha.


O autor tem algo a dizer:

Oh, wow.

O general é tão fascinante, como um leopardo-das-neves lutando pela coroa, coberto de sangue, mostrando os dentes em um rosnado ameaçador para a criança da tribo que se aproxima cautelosamente para tentar curá-lo, mas devido à proximidade da morte, ele é forçado a baixar a cabeça em submissão. Mais tarde, ele vai se deitar obedientemente, expondo sua barriga para ser acariciada… hehe (risadas perversas).


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